Segredos, quem não os tem? Até que ponto é
nocivo ou saudável mantê-los? Claro que falo de segredos
insignificantes, até mesmo ingênuos, que geralmente só nos dizem respeito e não
deveriam interessar a mais ninguém, mesmo por que grandes segredos são
sufocantes e podem magoar, estes não cabem em nossas vidas. Já os pequenos contribuem para a nossa
essência, nos diferem do todo, são eles que nos libertam do cotidiano, do marasmo,
da monotonia. Permitem-nos um encontro com nós mesmos, representam o nosso
refúgio pessoal, um elo entre dois mundos, conserva-los é parte importante da
nossa individualidade, mantém a nossa intimidade livre de julgamentos errados,
de olhares reprovadores, evita a exposição demasiada... Uma pessoa sem segredos
e como alguém sem roupa, depois de uma primeira observada já não interessa
mais, vira fato comum, não atiça mais aos olhares...Nossos segredos nos fazem
únicos, interessantes, atraentes e não devem ser descobertos pois é como se perdêssemos o nosso
direito a liberdade, como se fossemos despidos abruptamente deixando ranhuras
em nosso corpo, nossa alma e nosso coração, só cabe a cada um de nós o direito
de permitir que o outro nos desvende, do contrário nos sentimos invadidos,
desrespeitados...Guardar um segredo pessoal é como ser guardião de um tesouro
que por fim só tem valor assim, enquanto somente nós os sabemos...
Guadalupe Figueiró
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