Acostumamos-nos com o trivial de tal maneira que banalizamos relações a ponto de sequer cultivá-las. As alimentamos com um pouco de água, fonte de qualquer vida, na ansiedade pelo próximo ponto. Mas não dedicamos horas de sol ao seu lado, m
ostrando a dedicação que é exclusiva àqueles que amamos.
Mistificamos o outro lado da rua e a outra margem do rio.
Usamos a melhor louça com nossas visitas enquanto que aos “de casa”, reservamos os copos de requeijão.
Mães impedem seus bacurizinhos da primeira fatia do bolo, ainda quente de sabor e de cheiro doce.
Enquanto desavisadas guardam suas lingeries para um encontro especial, outros desatentos guardam suas gravatas para a próxima reunião.
O perfume, sem odor algum longe da tua pele, apodrece na permanente espera do próximo suspiro.
Teu melhor não é artigo de luxo a ser doado com conta gotas.
Teu melhor é o que merecem todos aqueles que fazem seu mundo sempre mais colorido e leve igual a algodão doce.
Ninguém nos conta que amanhã pode ser tarde para sujar de batom a camisa ou inundar o sofá de pipoca: tudo finda.
Eterno, e que fica, são os momentos de alegria absoluta, as recordações de cuidado e apreço que demos àqueles que queremos bem e nos fazem o bem.
Use e abuse das tuas melhores qualidades, teus melhores pertences e teus artigos de estimação com aqueles que o merecem.
Não te poupe e especialmente não poupe ninguém da tua alegria de viver.
Guarde teus finais de semana para quem tem sede de os compartilhar contigo – e nada mais.
Seja exemplo, para quem o for, de gente que se importa e sabe cuidar do próprio jardim.
E seja feliz. E distribua o teu melhor, todos os dias, especialmente, com aqueles que aguentam tuas lágrimas e suportam tuas partidas, sem nunca te cobrar por isso.
E quebre um prato; quebre a regra: use seu cristal na segunda-feira.
Caroline Bozzetto - Costurando Letras
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