Ela ainda estava acordada, perdida
em seus pensamentos, lembrando-se do que já foi e imaginando o que poderia ter
sido, criando conexões, desfazendo impressões, tentando racionalizar,
contestando antigos sonhos já sem importância, reciclando outros tantos,
tentando achar soluções para problemas que ainda não existem. Nesse misto de
decepções e esperanças, de fracassos e conquistas reais ela trazia nos olhos
uma saudade de um futuro que ainda não viveu e no coração uma vontade
inabalável de vivê-lo, sem saber se o medo que sentia era um aliado ou um
inimigo e essa ambiguidade de sentimentos a deixava confusa, vulnerável ao
pessimismo, mas sabia que a noite é má conselheira e que o novo dia traria com
ele a força que ela precisava... Então vencida pelo sono, adormeceu chorando,
porém em meio as lágrimas ela esboçava um sorriso, tímido, mas ainda assim um
sorriso como um prenuncio de calmaria, de dias melhores, de esperança.
Lupe Figueiró
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