quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Antes que a saudade bata forte.

Momento... GURIA PARA TUDO!

Eu já fui dessas de pouca crença e de esquecer qualquer sílaba. Já acreditei pouco e rindo, assim que virasse as costas, ou de dar as costas quando o telefone prometesse ligar. Hoje em dia, eu sou daquele time que acredita muito, e sempre. Contrariando ao que dizem por aí, que nosso cérebro inicia seu processo de envelhecimento aos vinte e sete anos, a cada dia minha memória de elefante ganha fôlego novo e mais algum espaço. Eu nunca vou esquecer de um a palavra e tampouco de algum sinal que eu prometo nunca interpretar mal. Eu vou cobrar, ainda que de forma silenciosa, a promessa. Não sou protestante em cada porta, mas o meu coração conta as dívidas. É instintivamente que as barras aqui vão crescendo. Porque eu juro, eu não esqueço. Eu lembro frases, cenas e tudo o quanto mais foi dito debaixo das gotas tortas que caem do chuveiro. Eu transpasso cada letrinha, às vezes já morta, de toda a saudade de um passado presente que eu gostaria muito que ainda tivesse futuro. E talvez porque eu sempre acredite que mais um romance pode ter remédio, eu guardo cada memória e cada promessa. Dessa vez, essa de dizer que vai me cuidar. Eu acredito em cada respiração mais ofegante, em cada abraço mais apertado e em cada aperto na cintura. Acredito até naquelas brincadeiras tortas que justificam umas ausências. Talvez eu no fundo sempre tenha acreditado em tudo, só nunca tive paciência para levar a sério. E brindava, também, já que sorrir e piscar nunca foi difícil. Mas agora, eu olho para o Céu e só peço que seja verdade. E que seja logo, para que não dê tempo de a saudade bater forte.
Caroline Bozzetto - Costurando Letras

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